Alimentação e o seu impacto na pílula contraceptiva

Alimentos ou situações que cortam (ou diminuem) o efeito da pílula:
Há alguns medos e mitos no que toca a alimentação e o efeito da pílula anticoncecional.
Apesar de por vezes ouvirmos que alguns alimentos podem cortar o efeito na pílula, não há na verdade nenhum alimento comprovado que tenha esse efeito.
Contudo há situações associadas à alimentação e sistema digestivo que podem provocar uma perda do efeito da pílula, aos quis devemos estar atentas quando queremos evitar uma gravidez…
São elas:
– Interação entre medicamentos – mais do que alimentos, há certos medicamentos que cortam ou reduzem o efeito da pílula quando tomados em simultâneo. Este é o caso de certos antibióticos – como é o caso da tão usada amoxicilina, medicamentos anti-convulsivos ou alguns usados no controlo do HIV.
Isto pode ocorrer devido ao aumento de velocidade de metabolização da pílula, levando a uma diminuição da concentração hormonal na corrente sanguínea. Ou por destruição da flora intestinal, que provoca diarreias e/ou reduz a absorção das hormonas da pílula.
– Episódios de vómitos e diarreias – vomitar ou ter diarreias mais abundantes após a toma da pílula pode fazer com que esta perca o efeito (total ou parcial) por diminuição ou ausência da sua absorção.
Assim no caso de vómito logo após a sua toma é aconselhável fazer uma segunda toma ou no caso de diarreias crónicas ou que ocorram por vários dias é aconselhável usar um método alternativo pelo menos nos 7-10 dias seguintes.
– Doenças intestinais ou comprometimento da correta função intestinal – certas doenças inflamatórias intestinais (como doença de crohn ou colite ulcerosa) nas suas fases ativas podem levar a uma redução da absorção por parte do intestino, comprometendo a absorção correta da pílula e reduzindo assim a sua eficácia.
O mesmo verifica-se em situações em que haja uma redução cirurgica do intestino delgado ou em casos de bypass jejunoileal.
Nestes casos em que a função intestinal está comprometida, a pílula pode não ser um método contracetivo totalmente eficaz para evitar uma gravidez, devendo ser usados outros como alternativa.
– Uso excessivo de diuréticos e laxantes – a toma recorrente e exagerada de diuréticos e laxantes pode comprometer a absorção da pílula por acelerar e aumentar as excreções. Assim ao haver uma maior eliminação por parte do organismo, pode fazer com o a pílula não tenha tempo de ser totalmente absorvida, comprometendo a sua correta função.
– Chá de hipericão – o hipericão é uma planta que pelas suas propriedades calmantes, muitas vezes é usada na forma de infusão ou suplemento natural, no tratamento auxiliar da depressão e ansiedade.
Este é o único “alimento” que parece ter um efeito direto e real na diminuição da eficácia da pílula. Assim no caso de tratamento com esta planta ou de consumo regular do seu chá deve recorrer-se a um método contracetivo alternativo à pílula.